O Instituto Raoni

quem somos

Nós, comunidades Mẽbêngôkre (ou Kayapó) criamos, em 2001, o Instituto Raoni para defender os interesses do nosso povo. O IR é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem fins lucrativos e de caráter associativo e apartidário localizada na cidade de Peixoto de Azevedo (MT). Hoje representamos não apenas comunidades do povo Kayapó, mas também dos povos Trumai, Tapayuna e Panará, para o acesso a políticas públicas e captação de recursos para fortalecer nossas atividades culturais, nossa produção de alimentos, nossa geração de renda e a proteção dos nossos territórios e direitos.

missão

Defender os interesses das nossas comunidades no fortalecimento de suas capacidades para a proteção de seus direitos, territórios e recursos naturais, assim como na promoção de sua autonomia e sua cultura tradicional. 

os Kayapó Metyktire

Os Kayapó ou Mẽbêngôkre são um povo indígena pertencente ao troco linguístico Macro-Jê, cujo território tradicional se estendia desde a região de cerrados entre os Rios Araguaia e Tocantins até a bacia do rio Xingu. Ao longo dos últimos séculos, os Mẽbêngôkre passaram por sucessivos processos de cisão que deram origem a grupos distintos que passaram a ocupar diferentes regiões da bacia do rio Xingu localizadas desde o sul do estado do Pará ao norte do Estado do Mato Grosso. Atualmente, os grupos Kayapó vivem em 6 Terras Indígenas localizadas na Bacia do rio Xingu que foram demarcadas e homologadas a partir do final da década de 80 e início da década de 90.

O grupo Kayapó/Metyktire, provém de uma cisão do grupo Mẽkragnotire, ocorrida na década de 1940, quando o grupo dissidente se estabeleceu na região conhecida como Kapôt Nhĩnore. De lá, o grupo fazia constantes incursões a outros locais e uma parte acabou se estabelecendo em uma região de cerrado – denominada Rojkôre – próxima à divisa dos estados do Pará e Mato Grosso (onde hoje se encontra a aldeia Kremoro). De modo que, à época, eram frequentes os deslocamentos entre Kapôt Nhĩnore (a leste do Xingu) e Rojkôre (a oeste do Xingu).

Em 1953 ocorreu o primeiro contato direto do grupo Metyktire com os irmãos Villas-Bôas. Em 1961, temendo o avanço da colonização da região e os consequentes conflitos interétnicos, o grupo foi orientado pelos irmãos a migrar para o sul, no interior do Parque Nacional do Xingu – que havia sido recentemente criado – na foz do rio Jarina (um afluente do rio Xingu). 

Em 1970, com a criação da rodovia BR-080 (atual MT-322) e a consequente alteração dos limites do Parque Nacional do Xingu (em 1971) uma parte dos Metyktire se instalou logo a sul da rodovia (dentro dos novos limites do parque) enquanto outra parte permaneceu nas aldeias perto da foz do Rio Jarina. Em 1984, após um longo período de constantes conflitos entre o grupo Metyktire e não indígenas, a área foi declarada como de ocupação tradicional do povo Kayapó Metyktire e foi homologada no ano de 1991, passando então a ser conhecida como Terra Indígena Capoto Jarina. Em seguida houve a demarcação da Terra Indígena Mẽkragnotire, em 1993. 

contextualização territorial e regional

As Terras Indígenas (TI) Capoto Jarina, Mẽkragnotire e Panará são localizadas na divisa entre o norte do estado de Mato Grosso e o sul do Pará, na bacia hidrográfica do rio Xingu. Estes territórios se conectam ao sul com o Parque Indígena do Xingu e ao norte com outras terras indígenas e Unidades de Conservação, formando um enorme corredor de sociobiodiversidade que sustenta a vida e a reprodução cultural de mais de 20 povos indígenas e contribui para a preservação de espécies, proteção de rios e mananciais, manutenção do regime hídrico e equilíbrio climático. Saiba mais…