Boas práticas na produção de farinha de mandioca para a comercialização

Entre as iniciativas de geração de renda que Instituto Raoni apoia através do Projeto “Mẽbêngôkre Pyka Anodjá” em parceria com a Conservação Internacional do Brasil e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) – está a produção de farinha para a comercialização, no intuito de aprimorar a produção da farinha buscando boa qualidade e aceitação de mercado. Para isso foi implementada a primeira oficina sobre a “Qualidade da Farinha de mandioca para a comercialização”, apresentando às comunidades com potencial produtivo, as normas para a comercialização de farinha e melhoras na qualidade do trabalho e nos processos de produção. A oficina aconteceu na aldeia Wani Wani TI Capoto Jarina entre os dias 22 e 24 de fevereiro com participantes das aldeias Wani Wani do povo Trumai, Totnhore e Kromare Jarinã do povo Kayapó e Kaweretxicô do povo Tapayuna.

Durante a oficina, cada participante, descreveu como é feita a produção de farinha segundo a forma tradicional de seu povo, para o melhor entendimento dos processos de produção local e as possíveis melhorias necessárias em relação à estrutura das casas de farinha.

Durante a oficina foram produzidos  diferentes tipos de farinha; iniciando pela produção tradicional de farinha do povo Kayapó, seguido dos Trumai e Tapayuna, em seguida a produção de farinha de Bragança, que possui indicação geográfica da região bragantina no estado do Pará. Nesse ultimo processo foi apresentado pelos consultores Paulo Renato Soares (Agricultor Familiar e extrativista) e Diocélia Soares do Nascimento (Cientista Natural e Mestre em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável) e  a forma de produção de farinha lavada, processo que diminuiu a acidez, garantindo também grãos uniformes e crocantes, de grande aceitação no mercado. Também foram produzidas farinhas com pequi e amanteigada, como possíveis variações na produção de farinha para comercialização.

Esta atividade terá continuidade a partir do mês de abril  com uma segunda oficina nas aldeias ribeirinhas da TI Capoto Jarina e acompanhamento técnico pelos consultores.

 

Fotografias: Kokokaroti Txukahamãe, Roptuti Tapayuna e Sol González.